quarta-feira, 17 de novembro de 2010

cultura....

Cultura.....
Está aqui agora, o texto que irá de uma vez por todas, definir o conceito de cultura. Com certeza você ao ler isto não acreditará, pois sabe que a definição deste conceito por muitos e muitos anos já é tratado, no entanto sabemos o que aconteceu.
Talvez não saibamos tudo o que ocorreu, porém é certo que aconteceram inúmeras divergências entre as teorias, que possibilitaram um desenrolar desta palavra para as discussões sobre qual seu sentido e qual a real amplitude dada a este.
Será possível quantificar importâncias deste conceito? Ou mesmo revelar quais os elementos que os caracterizam? E quem sabe dizer o que ele realmente é? Estas repostas não estarão aqui explicitadas, por que assim como os Gregos, expresso o mundo com mais indagações do que respostas.
No entanto vale ressaltar que somente perguntar e não refletir sobre a(s) questão(ões), não é maneira mais inteligível de se chagar a pelo menos continuar uma escalada, que neste caso, já começou e está longe de terminar.
Este pequeno ensaio, e o nome já diz (onde estou ensaiando), tentará apresentar breves pontos e, que possam se expressar em possíveis entendimentos sobre o conceito de cultura até então tratado na contemporaneidade.
Vai-se aqui dessa forma, como diz na expressão popular '' começar pelo começo'', se é que tem-se um começo realmente fixado na história. Pois bem, se é assim que propõe-se vamos a alguns apontamentos. Sobre o conceito de cultura em Tylor, que digamos poder ser considerado o ''pai'' da expressão, observa-se uma infinidade de elementos que podem caracterizá-la segundo o autor. E de acordo com Laraia, Tylor sintetiza dois conceitos em um só, ampliando assim diversos contextos da condição humana. Como nos mostra Laraia:
O termo “cultura” surgiu em 1871 como síntese dos termos Kultur e Civilization. Este, termo francês ( Civilization) que se referia às realizações materiais de um povo; aquele, termo alemão que simbolizava os aspectos espirituais de uma comunidade. Naquele ano, Edward Tylor sintetizou-os no termo inglês Culture. Com isso, Tylor abrange num só vocábulo todas as realizações humanas.1
Ainda em Tylor, o conceito de cultura abrangendo um todo das realizações humanas como é mostrado na fala supra citada, foi considerado pelo autor como sendo: um todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade2.”
Outro autor que remete pensar no conceito de cultura neste ecletismo é Clyde Kluckhohn, que enumerou pelo menos 11 (onze) possibilidades do que seria cultura nas 27 (vinte e sete) páginas de seu livro Miror for Man, como nos aponta Geertz3
E é Geertz, que vai dizer que as contribuições até então trazidas são se suma importância para a construção de um entendimento do conceito de cultura, entretanto diz que a escolha de vários caminhos para seu entendimento torna-se uma autofrustração. Geertz ainda diz que: […] não porque haja somente uma direção a percorre com proveito, mas porque há muitas: é necessário escolher[...].
Ao observar o que Geertz nos coloca, revela-se um emaranhado de reflexões sobre os conceitos até então trazidos. E sua posição do que seria cultura vem do que é refletido no pensamento de Max Weber, ao acreditar partindo de uma metáfora que o homem é um animal que vive preso a uma teia de significados por ele mesmo criada4. Assim Geertz explicita que as teias, e sua interpretações seria o que chamamos de cultura.
Dessa forma ele vê o estudo da cultura como um etnografia, onde para que ocorra sua análise e interpretação, deve-se buscar os sentidos/significados e, não pautar-se por uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado.


1Laraia, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Zahar. Rio de Janeiro, 1986, pg. 63
2Laraia, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Zahar. Rio de Janeiro, 1986, pg. 25
3Geertz, Clifford : A interpretação das culturas. Zahar. Rio de Janeiro, 1973, pg. 14
4Geertz, Clifford. A interpretação das Culturas. Zahar. Rio de Janeiro, 1973, pg. 15

2 comentários:

  1. No senso comum a cultura as vezes é confundida com folclore, erudição , escolaridade
    " fulano é tem estudo - ele tem cultura"
    No sec. XVIII(MODERNIDADE) cultura era associada a civilização, ao aperfeiçoamento moral e racional.
    Para Hegel cultura é um "conjunto articulado de modos de vida"
    Para Marx a Cultura é a "relação material entre sujeitos sociais em condições dadas ou produzidas pro eles" A Cultura seria a própria praxis na história da luta de classes.
    Ficou ótimo seu texto, Eliton!!!
    Vou aproiveitar!

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